segunda-feira, 17 de junho de 2013

República, democracia e protesto: ou é pra todos ou é de ninguém

Como estou escrevendo algo breve sobre os recentes protestos, aproveito para adiantar uma ideia provisória, mas que acho importantíssimo que alguns colegas, alunos e amigos saibam para não se esquecerem e não se iludirem: Tenho a impressão que parte da mídia e dos setores mais conservadores da sociedade tentarão, paulatinamente, se apropriar desse "outono brasileiro" para abafar o potencial emancipatório e renovador dessa onda de passeatas. Creio que alternativa é começarmos um trabalho de conscientização, sobretudo da classe média com quem convivemos, nos seguintes termos: ou nós protegemos os direitos fundamentais de todos os cidadãos brasileiros (indistintamente) ou nós violaremos o direito de cada um. Ou o Estado trata todos com igual respeito e consideração (não importa a classe, cor ou gênero) ou faremos mais uma revolução passiva. Ou a sociedade brasileira será mais justa para todos, ou não será para ninguém. Afinal, não existe "meia justiça". Precisamos levar a sério, na nossa democracia, o ideal republicano: todos os cidadãos têm que ser igualmente respeitados. Temos que buscar a concretização de todos os direitos, um a um, todos os dias. Comecemos com a liberdade de expressão e de locomoção, com o direito à cidade. Mas temos que continuar reivindicando tantos outros direitos que ainda nos são sonegados. Isso implica em reforça a ideia de que os agentes públicos estão a serviço do público e não do Estado ou de seus interesses, isso nos obriga a levar, necessariamente o constitucionalismo e a democracia a sérios. Precisamos retomar a lição dos clássicos de que "só poder limita o poder", e de que os homens não são anjos, nem demônios, por isso precisamos constantemente vigia-los. É fundamental suspeitarmos, sempre, do poder. Talvez assim consigamos construir uma República livre, justa e solidária para todos.

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